sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Sementes

Ando meio na pressa, meio devagar. Como criança que saltita, se segurando pra não correr.
Plano sementes de amanhã, pra ter o que colher.

Há um sorriso que me derrete o gelo na alma.
Um olhar que aquece meu peito.
Uma voz que cheira a sândalo.

Vou cantando minhas inspirações pra saber valorar cada uma delas.
Não desperdiçando sentimentos, não desperdiçando minha razão.

Que poderia eu dizer que deixasse claro o que sinto?
Que poderia dizer que deixasse claro quem sou?

Acho que isso tudo é tão claro e tão sabido diante das pessoas que precisam saber, que não me suponho equivocada ao achar que não tenho que dizer...
Porque eu nunca me calo.
E, quando eu calo, é porque sei que o que eu tenho a dizer não será recíproco.

E quem quer dar um sim e receber um não?
Quem quer dar um abraço e não receber outro de volta?

Quem quer dar palavras quando só se recebe o silêncio.

É que quando a gente pensa assim, como eu, a gente foge do silêncio. Daí parece que se está fugindo de mais que isso.

Gosto do cheiro do perfume diário.
Gosto do sorriso matinal.
Gosto do abraço ao entardecer.

São pequenas coisas que me comovem.

Tenho amigas, tenho amores, tenho pessoas.
Meninas, flores. Amigos, amores.
Livros, poesia, telefonemas, horas a fio.

Tenho a mim, e um mundo vasto dentro então.

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