segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Voando...

Os dias passam num galope ensurdecedor. Trotando, trotando.
De repente já conto mais de um mês. Já passou.
E foi semana passada que eu comecei a contar!

Os dias voam, asas de Ícaro.
Flap, flap.
E a cêra derretida pelo sol não cai.
Continua a voar líquida.

De repente eu me deito na relva, depois de uma corrida.
Apóio a cabeça nas mãos e olho o céu.
Respiro o azul do céu.
Sinto o vento.

Dá vontade de chorar de tão lindo.
Eu estou bem.
Bem, feliz, tranquila, calma. Nos eixos.

Eu sigo adiante.

À minha frente, a estrada aberta, levando-me aonde eu queira. Foi o que me ensinou Walt.

Sento agora. Agora apóio os braços sobre os joelhos.
Agora olho a estrada.

Tanta coisa a ser vivida, tanta coisa a ser descoberta.
Não, eu nunca vou cansar disso.
Nunca vou cansar do renovo, do botão em flor.
Nunca vou cansar do orvalho de cada manhã vindo de novo.
Da descoberta do que vem depois.
Nunca, nunca vou cansar de me renovar a cada dia.

De ser outra, em cada respiração.
Porque eu deixo entrar a vida. Deixo entrar as moléculas soltas por aí. De gente, de bicho, de tudo que eu desconheço, e conheço profundamente. E faz parte de mim.

E toda a vida eu deixei a vida entrar no nariz. Foi o Osw que me ensinou essa daí.

E quando você me encontrar de novo, eu já serei uma outra pessoa.

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