sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Rasteiro

Meu cantar é sereno e obscuro Renato e profundo, impuro Rasteiro por caminho, sem lei A prosear com a folhagem, o vento A vilipendiar o tormento Servindo a si feito um rei Meu andar doido salteia Verifica na vida alheia Que não tem par com ninguém Que anda desajustado e sem veia A alardear na aldeia Que nunca achará, mas procura seu bem Meu olhar é negro e profundo Alternado feito viramundo Não pára em ponto qualquer Não se prende a chorar desarnado Nunca se dá por vencido e frustrado É duro igual todo olhar de mulher Meu coração a pulsar anda aflito Preso no peito, ouço o grito Do inocente que deseja ser tudo. Mas açoito esse doido e digo: Cresce, menino, cachorro, mendigo! Nada é pra ti, louco, cego, mudo.

1 comentários:

Aline disse...

Nossa! Não cabe em mim tanta admiração e orgulho!

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