quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Sem roupas

Quero sempre poder falar sem cobertas, sem roupas, sem meios termos. Quero sempre ser clara, límpida. Aquilo que se vê.

Sem rodeios, sem devaneios, sem ilusões.

Quero ser plena, e estou correndo pra isso.

Queria tanto poder dizer, sem meios termos, tudo que sou, tudo que sinto e tudo o que penso. Sobre mim, sobre ele, sobre você. Sobre nós.

Queria mesmo. Há tanto coisa em mim precisando sair, precisando se libertar, ardendo pra voar.

Essa coisa de viver, essa plenitude de ser, me impele a me jogar.
Uma vez eu escrevi sobre a pessoa que habitava em mim e queria sair, sabe?

Desde que você chegou, ela desencadeou num processo de escapar que eu não posso mais conter, sabia? Ela desejou muito, muito, ser o melhor, dar o melhor de si, não cometer erros passados, não se esconder. Ser plena de si. Talvez assim, ela me dizia, eu merecesse você.

Ela mentiu pra mim, disse que só viria até os olhos pra te ver. Pra ver os seus olhos. Só viria até o nariz pra te sentir o cheiro, só viria até a boca pra sentir teu hálito.

Mas ela não quer mais voltar lá pras vísceras. Ela agora vive me impelindo, me jogando pra frente.

Ela quer, ardentemente, viver. Que seja com ou sem você, porque ela sabe que não pode obrigar ninguém à reciprocidade. Ela entende tanto isso que se ri.

E eu também, rio com ela.
Ela é plena, e eu sou resignada. Mas ela voa, e me carrega com ela.
E acho que é precisamente ela que queria te contar meus segredos. Eu mesma, quando te encontro, nem sei o que dizer.

2 comentários:

Indiferente disse...

só diga que ama...

Anninha Rios disse...

Eu te amo, seu gay!

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