domingo, 28 de novembro de 2010

Passou, passou...

Acho que enfim, posso dizer que o pior passou.
Estive a me observar ontem e hoje, depois do que seria o de praxe.
O efeito de uma salmonela sobre o intestino era similar ao efeito disso sobre meu coração; bastava alguns segundos de contaminação e era dor de barriga pra mais de semanas. Daquelas que parece que você vai morrer, embora você nunca tenha ouvido falar de ninguém que morreu de dor de barriga.


Mas hoje eu respirei e oxigenei o cérebro como há tempos não fazia.

Todo esse regurjitar do não-deu-certo foi só teima e birra do meu coração, da minha mente, do meu orgulho. Não sei precisar quem estava mais teimoso sobre isso.

Mas acho que expurguei isso. Clareei as idéias enquanto pensava no meu futuro próximo.

Vou viajar em breve. Vou curtir isso como férias que eu não terei em muito, muito tempo!
Paquerar o céu, namorar o mar, me apaixonar pelos veleiros nos portos silenciosos, como diria Vinícius de Moraes.

Restaram pequenas coisas práticas que ainda preciso resolver. As coisas sentimentais-psicológicas estão em ritmo de baixando-a-poeira. Finalmente. E demorou mais do que eu previa. Demorou muito até meu croissant voltar ao lugar dele. Devolver ao baço aquele órgão estranho que estava ocupando seu espaço e que, erroneamente, chamo de coração.

O fato é que percebi que não há nada a ser esperado. Porque, se ficou aquela sensação estranha de carta sem ponto final, de história nunca claramente conversada e resolvida, talvez more exatamente aí a minha passagem para um futuro claro, sem pesar. Talvvez seja essa a maneira de deixar restar um perfume bom.

"Não é saudade, porque para mim a vida é dinâmica e nunca lamento o que se perdeu - mas é sem dúvida uma sensação muito clara de que a vida escorre talvez rápida demais e, a cada momento, tudo se perde. Nunca nos falamos, praticamente, nunca nos olhamos. Ficou só aquela vibração de silêncio, muito forte."

Eis que agora me deparo com a vida, a vida mesmo, sem esses rodeios a que me permito e em que me engancho mais que deveria. Entrego-me novamente à patente realidade: sempre serei só comigo mesma. Porque moro dentro de mim e meus planos sempre foram assim. E se um dia tiver filhos, coisa que pretendo, ainda serei só.
Eu aprendi isso com o Caio Fernando também. De fato, ele tem me ensinado muitas coisas boas.

O fato, é que eu agora estou um pouco ansiosa, um pouco trêmula e muito feliz pelos dias que virão. Sabe os ventos da mudança? Seguem meu coração. Sinto-os a permear o ar com um perfume delicioso que cheira a nova vida. Acabou o retorno de Saturno. Acabou, com a vinda da Revolução Solar. {Qual é o teu Arcanjo? Tua pedra preciosa? Acho tocante acreditares nisso.}

Percebi isso quando me notei repleta de pessoas incrivelmente, tocantemente lindas, ao meu redor. Os presentes que recebi. Sou alguém cercada de anjos, e eles têm me guiado pela vida. Que doce!

O fato é que, a partir de dezembro, serei somente letras antigas. Ainda bem que ninguém lê, porque decerto não terá o desprazer de vir aqui e perceber que nada mudou. Porque serão dois trabalhos, academia, muay thai, francês, inglês e outras cositas.

E quero aproveitar as vantagens de trabalhar tanto pra ter bons momentos com meus anjos.

Quanto ao que deixo aqui, guardadinho na caixinha de cordas torcidas trespassadas, com um lacinho rosa xadrez, permanece intacto, como lembrança que não irá embora, porque é importante, mas também não estará presente, porque faz parte do que já foi.
Por força ou por necessidade.

E fica o meu pedaço hodierno de Caio:
"Uma cumplicidade muda, e tão secreta que, penso, talvez você nunca tenha percebido. Na minha memória - já tão congestionada - e no meu coração - tão cheio de marcas e poços - você ocupa um dos lugares mais bonitos."

Feliz, feliz mesmo. Tranquila, confiante e prática.

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